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sábado, 30 de julho de 2011

Espaço Divulgação 4 - [Amanda Reznor... Edelson Nagues... Silvio Parise & Mainá Medeiros... Lúcia Maria da Silva Alves... Marsoalex... C.André... Vinícius Paulo Almeida...]



Espaço Divulgação


[ ... A poesia em ação... ]
[ ... Aqui você é bem recebido[a]... ]
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Eu te Odeio, Eu te Amo
Amanda Reznor - São Paulo-SP

É verdade o fato de que EU TE AMO

E eu nunca declarei a você que
Sou capaz de viver sem um amo.
Gostaria que só entendesse que:

Neste meu solitário coração
Há somente um vago rombo fatal
Reservado a você, queria ou não;
Perto de casa há um valo abismal

E só o que penso é, sem rodeio:
Se amanhã você passar por mim,
Sem ao menos dirigir um olhar

É ali mesmo que irei me jogar
Provando ser mentira que, sim
Disse um dia que EU TE ODEIO.
. . . . .
[Leia-o de baixo para cima]

Mundos
Edelson Nagues - Brasília-DF

I
Solidão – esse é o nome
do mundo a que pertenço.

Entre milhões, solitário,
carrego a vida in progress
e um projeto de morte.

Sem plano de vôo que o valha,
entrego-me a tal desdita
como  quem se fizesse escravo.

II
No trajeto, me deparo
com seres também solitários.
Traçamos, então, paralelas
que insistimos trilhar.

[Mesmo que olhares, mãos,
gozos e outras ânsias
se cruzem por linhas incertas

– pois solidões que se toquem
ainda serão solidões.]

III
De onde vem o solitário?
Qual a linhagem? a  essência?
o ponto de interseção?

A resposta, em parte,
acaba por revelar-se
na face de cada um.

O solitário, por certo,
vem de outro mundo
– o de dentro.

O resto é só disfarce.


Estações
Silvio Parise - East Providence-Rhode Island - EUA
Mainá Medeiros - [sempre presente]

Adoro observar as estações
desse universo tão mágico
para assim tirar retratos.
E, como admiradora
dessa natureza cheia de graça,
fico mesmo fascinada
com cada estação que aqui chega e passa,
mudando assim toda visão.
Que, confesso, já está gasta
pelo tempo que não espera...
Estação que se recicla nessa esfera
como se fosse uma nova aurora.
Paisagem cuja paixão e glória
se constatam no dia-a-dia
entre as vidas sorridentes devido a alegria,
pois reconhecem o teu Amor, Poder e Saber.
E assim vivo,
completamente realizada,
porque entendo a Tua graça
em cada colorido que me deixas ver.

Me falam a Emoções
Lúcia Alves - Recife-PE

Emoções se enraizaram
no recôndito de minha alma
reabrindo cicatrizes
que tentaram se fechar

Oh! Quão descanso desejado
mas as angústias chegam enfim
tal qual o profundo amargo
entranhado hoje em mim

Ainda velejo em mares de sonhos
que eu mesma arquitetei
vislumbrando lembranças antigas
dos amores que deixei...


Migalhas de Saudade
Marsoalex - Itaboraí-RJ

Hoje, eu queria uma estrela
Um pedaço de céu só para mim
Uma nuvem, bem branquinha, como aquela
que no azul parece feita de cetim

Eu queria, também, uma canção
Para me envolver no langor da sinfonia
Queria despertar minha emoção
No verso de amor de uma poesia

Hoje, eu queria ser criança
Para sentir a infância florescer
Tendo toda força e esperança
Dos jovens que não temem o sofrer

Queria tanto ter no olhar a emoção
Do primeiro beijo recebido
Queria ver a vida com o coração
Sem me lembrar do que ficou perdido...

Hoje, eu queria ser feliz
Apenas feliz, sem sentimentos
Sem ontem, sem amanhã, sem tempo
Sem saudade, sem angústia, sem tormento

Mas infelizmente eu não tenho nada
Para sentir, em mim, felicidade
Há muito tempo eu fui condenada
A viver de migalhas de saudade.

N'além
C. André - Rio de Janeiro-RJ

Além da tarde que colore o céu de sangue
E além da noite que rabisca nuvens surdas,
Ascendem-se as veias de matizes orvalhados
Traçando pó e curva no horizonte dos meus sonhos.

Além do sono que rasteja nos meus nervos
E além da insônia que cauteriza estes meus olhos
Palavras ardem rubras o silêncio invertebrado
Que risca o plano-mente com tormentas de catarses.

Nas águas que se perdem no vazio do além-mar
E as asas que mergulham no perfume do além-céu,
Transpassam folhas mudas e amarelas de lembranças
Há muito enferrujando sob as luas da esperança;

E além deste deserto onde o vento espiraliza
Em cordas dissonantes de tristeza polifônica,
Florescem mil imagens de rostos envenenados
Cravados sobre a tundra espectral do cosmo-espírito! 

Eu Também Quero Morrer
Vinícius Paulo Almeida - Campo Belo-MG

Não tenho medo da morte
O que me apavora é a vida
Quem morre cedo tem sorte
A vida é prostitua e bandida!

Nasci ferido, aos prantos
Marcado pela dor do futuro
Abri meus olhos, no entanto
Continuei perdido no escuro

Tenho pena das cândidas crianças
Que sonham em desbravar o mar
A injustiça as ataca desde a infância
e até a última maré vão se afogar...

E o faminto pobre pai de família
Desesperado se mata pela grana
A vida roubou toda a sua alegria
Mas no final, é ele quem acaba em cana

Mansões pintadas de suor
De quem mofa como rato em um bueiro
Canalhas comem do bom e do melhor
E a sobra? Nossa banquete derradeiro!

Idolatram um mero pedaço de papel
Como um deus e nos torcem o nariz
O altar para esse senhor é um bordel
Sociedade sórdida e meretriz

A Terra orgulhosa se vendeu
Daqui não existe sequer uma saída
Nossa sábia espécie pereceu
Imunda, podre, corroída!

Com filhos no colo mães ainda correm
Não há mais becos para se proteger
Agora o mundo todo morre
Eu também quero morrer!

2 comentários:

Anônimo disse...

Fico lisonjeado por ter minha poesia aqui. Muito bom mesmo.


Muito obrigado. Abraços



Vinícius Paulo

Edelson Nagues disse...

Amandinha, não sabia que um dos meus poemas estava neste blog belíssimo. Fiquei surpreso e ao mesmo tempo me senti lisonjeado. Vc é de uma doçura incomparável. Grande abraço, querida.

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