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sexta-feira, 2 de março de 2012

Espaço Homenagem Viva... [Cecília Fidelli...]

Homenagem Viva






Meu tempo
Já me senti sem deuses.
Cirandei a meia volta
e medi a solidão.
Sangrei muita saudade,
silenciei muitos gritos,
mas sonhadora,
voltei.



Determinante
O que o tempo espalha
em torno de si,
não sei.
Sei o que pratica em mim.



Levando em conta o amor
O amor,
causador de muito estresse,
vive sendo objeto
de estudos dos Doutores poetas.
Ele não se altera.
Só injeções de ilusões,
cápsulas de emoções
e
gotas de anseios.
Dor profunda no peito,
só versos no pensamento,
troca de toques,
promessas.
Planos que acordam
e
adormecem.
Nenhum antídoto
Nenhum progresso.
Palavras reflexivas
em forma de poesias,
longas cartas
de saudade e solidão envelopadas.
Teimosos corações.
Encontros,
desencontros,
reencontros,
sentindo evaporar momentos loucos.
Administrar um encanto,
pra cicatrizações de desencantos.



Se ela não for minha,
não será de ninguém...
Quando éramos meninas,
não haviam motivos
pra termos medo da vida.
Caminhávamos na enxurrada
na volta da escola,
sem pensar em acidentes,
sem pensar em perigos.
Brincávamos
com a cabeça erguida.
Havia alguma sabedoria,
pais ou responsáveis,
disciplina.
Hoje elas se passam por mulheres
sem inocências tão pequeninas...
Que pena que as lágrimas
chegam tão cedinho.
Que nem os anjos,
querem carregar as suas dores,
porque também estão aflitos.
Pena que anseios sublimes,
já não existam.
Que ao invés de bonecas,
o mundo lhes ofereça
precoces bebezinhos.
Nessa seqüência
de manutenção de erros,
impulsos engolem sorrisos,
ou então encurtam vidas.




Lembre-se disto:
Somos todos meio bandidos,
pois que apontar um dedo,
já é meio que...
apertar um gatilho.




Prazo de Validade
Ninguém cancela o tempo.
Ele é que vai se fechando
aos poucos como uma janela.
Quatro minutos, quatro horas,
quatro meses, quatro anos,
quatro décadas...
Ele vai destravando a memória,
a gente vai adivinhando a seqüência.
Só a imaginação
não cai na sonolência.
Só a imaginação,
não entra em estado terminal.


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