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sábado, 4 de junho de 2011

Espaço Divulgação 3 - [Cleyson Gomes... Francisco Luís Rodrigues Fontinha... Francisco Cândido de Souza... Márcia Regina de Araujo Duarte... José Ivam Pinheiro... Sheila Gomes de Assis... Luiz de Almeida... Esther Felicidade Romano...]



Espaço Divulgação


[ ... A poesia em ação... ]
[ ... Aqui você é bem recebido[a]... ]
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .


Soneto Sufocado
Cleyson Gomes - Teresina-PI
Aperto o gatilho do provável
Que dispara o disparo dos sentidos;
Um grito mutila o que é amável
Amordaçando no peito os gemidos.

Grilhões que ocultam o que é afável
Esmagam os objetivos planejados.
O pôr-do-sol já desbota o admirável
Das cinzas dos corpos embalsamados.

A tristeza clama por ajuda
Das alegrias constantes esquecidas
Que escondem a verdadeira dor aguda.

Esse mundo de pobrezas enriquecidas
Sufoca a mudança que está muda
Esmagando as vontades entristecidas.




Poema sem nome
Francisco Luís Rodrigues Fontinha - Alijó - Portugal-PT
Para que servem as mãos
Se eu não te posso tocar
Para que servem os lábios
Se eu não te posso beijar,

Para que servem os sonhos
Se eu deixei de sonhar
Para que servem as madrugadas
Sabendo que não têm luar,

Para que servem as palavras que escrevo
Se ninguém as quer ler
Para que servem os meus olhos
Se eles não querem ver,

Para que servem as pernas
Se eu não consigo libertar-me da noite em delírio…
Para que servem os relógios de parede
Se a minha vida é um inferno um martírio.




Sonhos
Francisco Cândido de Souza - Natal-RN
Construo e reconstruo os sonhos
De vida vivida, sofrida, amada...
A alma ainda abraça meus molhos.

Ora construo castelos de areia,
Lidando com minúsculos grãos,
Ainda ouço o canto da sereia.

Vivo um outono de frias fantasias.

Arredio ao orgulho e aos refolhos. 




Em tempo de poesia
Márcia Regina de Araujo Duarte - Niterói-RJ
Em tempo escrevo
Para que o vento
Não leve minhas palavras
E meus pensamentos não se percam
Como remotas lembranças
Que o passado já não sustenta.

Escrevo num tempo
Enquanto o vento é tão veloz
Que nem mesmo a minha voz
É capaz de captar
A mensagem que deixo no ar.

Escrevo a cada dia
Para que a cada noite
Não me perca da alegria
De compartilhar os sentimentos
De mais uma poesia.





Ser Coração
José Ivam Pinheiro - Natal-RN
Ah, este amor inconstante
Este coração palpitante
Que anseia pelo esperar
O momento certo de se despertar
De sonhar, de viver e amar.

Quero ser só amor palpitante
Ser só a paz do seu olhar
As estrelas no céu cintilantes
E a vida, o sonho de se encontrar
A felicidade completa utopia
De que ninguém pode a tudo chegar
Mas, ser só momentos felizes
Que se conhecem no dia a dia
Mesmo a custa de cicatrizes
Que varam o coração imprudente
E germina tal qual semente.

Querer ser coração é ser só atenção
E da vida sentida, sofrida
Enfim ser luz e redenção
Numa jornada alcançada
Na estrada do amor e do perdão.




Quando Escrevo
Sheila Gomes de Assis - Santos-SP
Ah! Quando escrevo! Quando escrevo!
Transe hipnótico me enlaça!
Sorvo a matéria do universo,
O mundo morre, o mundo nasce!

Ah! Quando escrevo! Quando escrevo!
Minha essência é libertada!
Só assim que me conheço,
O mundo morre, o mundo nasce!

Ah! Quando escrevo! Quando escrevo!
A roupa do corpo é a alma!
O corpo cala, a alma grita,
O mundo morre, o mundo nasce!

Ah! Quando escrevo! Quando escrevo!
Germino os meus pedaços!
Só assim sou infinita,
O mundo morre, o mundo nasce!





O Cântico do meu Silêncio
Luiz de Almeida - Piraju-SP
A voz do meu silêncio é suave

De manhã
É calma e breve
Quando o sol a pino
É lenta
Ao entardecer
É discreta

A voz do meu silêncio é suave

Quando noite
Diminui o tom
Antes do sono
Apenas sussurra
E durante
Entoa cantigas de ninar

A voz do meu silêncio é suave

Na madrugada
É silenciosa
Nos sonhos
Permanece calada
Na aurora
Torna-se reflexiva

A voz do meu silêncio é suave

Nos repentes de dúvida
É racional
Nos instantes sórdidos
É materna
Nos momentos de decisões
É paterna


A voz do meu silêncio é suave

A voz
A voz do meu silêncio
A voz do meu silêncio é suave

Meu silêncio tem voz angelical





Sou gente
Esther Felicidade Romano - Peruibe-SP
Sou gente...
Não queiram saber
Quantos anos tenho
De onde venho
Se sou sábia, inteligente
Sou gente...
Amo e vivo intensamente
Sonhadora, poeta
Ingênua, inocente
Que lhes importa?
Sou gente...
Não queiram saber
Das tristezas
Das lágrimas
Do desespero
Se os esqueci
Ou se ainda os tenho
Se errei
Se acertei
Nem eu sei!
Não me analisem
Não me julguem
Não me critiquem
Para mim, acreditem
Ainda tenho sonhos lindos
Alma de adolescente
Não vivo de aparências
Sou autêntica, transparente
Esperançosa, amorosa
Romântica, sorridente
Criativa, mulher
Amante decente
Simplesmente...
Sou gente...


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