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sábado, 19 de fevereiro de 2011

Espaço Divulgação 1 - [Antonio Manuel Fontes Cambeta... Drika Sulivan... Marcelo Rogério Mello... Angelina Pereira Cruz... Gilvânia Machado... Denise Severgnini... Mardilê Friedrich Fabre... Giovania Rocha... Whelder Rodrigo Gomes da Silva... Jacob Garcia Filho... Paula Conz Fuchs da Silva... ]



Espaço Divulgação


[ ... A poesia em ação... ]
[ ... Aqui você é bem recebido[a]... ]

. . . . . . . . . . . . . . . . . .


Meu Mar
Antonio Manuel Fontes Cambeta - Évora-Portugal


Mar imenso,
Oceanos sem fim!...
a ti pertenço
tu fazes parte de mim

Em ti continuo amarrado
nestas ondas de esperança,
e num murmúrio bem salgado,
amargurado, mas cheio de perseverança

És o meu Leste, o meu guia,
tuas ondas são canções,
ternamente à luz do luar as ouvias
cheias de ritmo e emoções

Junto de ti anos vivi,
muitas tormentas passei,
a todas elas sobrevivi
e Graças a Deus sempre dei

Mar da China
de águas barrentas, amareladas,
fizeram parte de minha sina
jamais serão olvidadas

Cadáveres em tuas água recolhi,
muitos náufragos salvei,
apertos no coração muitos senti,
milhares de refugiados auxiliei

Imensas e fortes tempestades passei
na minha velha embarcação,
fortes pressões suportei
essas, as guardo no coração

Pelo rio das Pérolas naveguei
muito tendo aprendido,
pérolas essas!... não encontrei,
sendo por ti estimado e bem querido

Pelos cinco oceanos andei,
muitos mares eu percorri,
porém, no Mar da China me fixei
por tanto gostar de ti

Mar imenso, mar profundo!...
fostes meu berço de embalar,
por vezes abalroei, não fui ao fundo
e em ti continuei a navegar

Agora, no Mar da Poesia entrei,
vasto, enorme e desconhecido
no qual me aventurei
e em suas águas estou perdido

Sulcando as palavras vou,
neste mar de papelada,
lutando com elas estou
escrevendo sem dizer nada

Piloto e poeta o não serei,
mas, rumos esses vou traçando,
porto seguro talvez alcançarei,
e neste batel da vida, pela musa aguardando

Glória e fama em mim não cabem,
ignorante na poesia navegando irei,
tentando aprender com os que sabem
e corrigindo tudo aquilo que errei

Regressarei ao mundo das marés vivas
neste meu fraco navegar,
sobre estas ondas altivas
sem medo de naufragar.



Saudade mortal
Drika Sulivan - Juiz de Fora-MG


Não sei o que é pior
Se ouvir sua voz
E saber que esta distante
Ou se é quando permanece
Escondida e distante
Não sei o que acontece
Quando estou só
Sinto-te
Ouço-te
E quando estou cercada de pessoas
Quero-te ali
Dividindo comigo cada momento
Cada sorriso
E ainda assim sei que você
Jamais fará parte disso
Por escolha sua
E sinto que aos poucos cada parte minha
Vai se apagando
Cada gesto deixa de ser fácil e passa a ser automático
Que cada sorriso perde o brilho e se apaga
Quando você não está perto
Se te ouço é porque te quero
E se te quero é por que te amo
Mas meu amor não é o bastante
Para te trazer para mim
Então devo aprender a viver
Sem você e descobrir uma maneira
De seguir em frente
Como se tudo fosse um sonho ruim
E que no final você tenha feito parte
De um desejo que nunca se realizou
Que foi apenas meu
E nada mais.
Assim quero aprender a andar sozinha
Sem sentir meu peito doer
Pela saudade que me sufoca
E me norteia
Como combatente de uma luta
Onde a única que foi ferida
Mas na verdade sei
Que ambas estamos mortas
Você para um amor
E eu para você.



Guerra
Marcelo Rogério Mello - Americana-SP
[Projeto Jovens Escritores nas Escolas de Americana]


Eis o martírio do mundo,
Um gesto covarde, ignorante.
Fere com ferro, profundo,
A alma de um semelhante.

Extingue toda forma de harmonia,
Semeia o ódio, a desunião.
Acaba com o respeito de etnia,
de forma cruel, sem razão.

Abala todo tipo de sociedade,
traz fome, miséria, violência.
Não distingue cor, sexo ou idade.
Iguala a todos na indigência.

Falo de guerra, arrogância.
Cobiça, dor, intolerância.
Coisas de um ser insano.

Falo de briga por poder,
quem é que vai morrer?
Deus, perdoe o ser humano!




O meu corpo
Angelina Pereira Cruz - Americana-SP
[Projeto Jovens Escritores nas Escolas de Americana]


                         O meu corpo

                         O meu corpo sente

                         O meu corpo sente você

                         O meu corpo sente você quente

                         O meu corpo sente você quente somente

                         O meu corpo sente você quente somente presente

                         O meu corpo sente você quente somente presente no íntimo

                         No íntimo

                         No íntimo presente

                         No íntimo presente somente

                         No íntimo presente somente quente

                         No íntimo presente somente quente, você

                         No íntimo presente somente quente, você sente

                         O meu corpo, [o meu corpo mesmo que ausente].



Enigmático // Luxuriante Encontro// Apaixonado Beijo // Desejo...
Gilvânia Machado - Parnamirim-RN
Denise Severgnini - Novo Hamburgo-RS
Mardilê Friedrich Fabre - São Leopoldo-RS
Giovania Rocha


Teu olhar // lascivo êxtase // percorre-me o corpo // com paixão
Doce a atrevido // a incitar volúpia... // Eriça-me a pele... // despindo-me
Arte abstrata // Amorosa coerência! // No compasso do coração // ardor e paixão



Brincando
Whelder Rodrigo Gomes da Silva - Americana-SP
[Projeto Jovens Escritos nas Escolas de Americana]


                         Brincando plantei a flor
                         Brincando a flor brotou
                         Brincando conheci o amor
                         Brincando o amor me deixou.
                         Brincando perdi a chance de ser feliz
                         A chance de ser amado
                         Me arrependo do que fiz
                         Por hoje não estar ao teu lado...
                         Brincando em sonhos te vi
                         E te perdi na realidade
                         E somente em tua ausência percebi
                         Que te amo de verdade.
                         Brincando, completou minha alma
                         Tornou-se tudo para mim
                         Brincando com extrema calma
                         Fostes o começo de meu fim.
                         Brincando, agora sofro
                         Com a dor desse sentimento
                         Que não desfaz-se em um sopro
                         Dura mais do que um momento.
                         Brincando, agora com a vida
                         Vou tentando vencer
                         Foi-se a dor, mas predomina a ferida
                         Pois sou incapaz de te esquecer.
                         Foram doces os momentos
                         Que esquecer eu nunca quis
                         No acalento de minha saudade
                         Vou brincar de ser feliz.
                         Cansado agora de brincar
                         De falar sobre meus sentimentos
                         Os meus olhos vou fechar
                         Tentar tirar-te do pensamento...



Amor Proibido
Jacob Garcia Filho - Americana-SP


Às vezes as flores
Têm tristes lamentos,
São doces murmúrios,
Que trazem os ventos;
Somente tristeza,
Quase agonia...
Caladas, as vozes,
Rompendo outro dia.

O amor escondido
Não tem mais história,
Na doce alvorada
Lá vai a memória;
De novo escurece,
Murmuram as flores,
É longa outra noite
São longas as dores.

O segredo esta noite não guarda
Há tristeza de sonho perdido...
Entre si muitas flores conversam,
Falam baixo do amor ofendido.
Fala o cravo e não posso entender,
Fala a rosa e não posso escutar,
Mais além o sussurro de lírios
Muito alto não podem falar.

Amanhece então nesses prados
E as flores valseiam na brisa,
Entre si são suaves os toques,
Uma delas de ajuda precisa.
Já é dia e o sol vai brilhar,
Só não brilha o amor escondido;
E as flores nem podem lembrar
Desse afeto de sonho proibido.

O gorjeio das vozes das aves
Entre as flores promove o encanto
E as águas das fontes correndo
Levam longe a ternura do canto.
Indiscreta é a alma da gente,
Que escolhe sem mesmo saber,
Que o amor escolhido é tristeza,
Dá motivos de dor no prazer.

Mas a flores à noite conversam
Desse sonho crescendo sem medo,
Se é proibido esse amor perdedor,
Sabem elas guardar o segredo.
Anoitece então pelos bosques
E a brisa já leva o perfume,
Só não leva o pranto doído,
Nem carrega prá longe o ciúme...

Haja ainda amor igual,
Possa ter a luz do dia,
Possa explodir a ternura
Em sorrisos de alegria;
Que a alma em seus caprichos
Possa melhor escolher,
Tenha sempre esperança
E nunca pense em morrer;

Aos gritos por toda parte,
Possa falar desse amor,
[Que as flores não mais lamentem,
Não merecem tanta dor].
Possa correr pelos campos,
Haja uma luz no horizonte,
Que os caminhos sejam brancos,
Levantada seja a fronte;

Possa haver então o céu,
Já formado o paraíso,
Possa haver amor assim,
Apenas com algum juízo;
Que o monstro cego de amor
Possa sempre ser expulso,
A razão possa ter vez,
Vencido o primeiro impulso;

Todas elas bem tranqüilas,
Que as noites sejam dormidas
Com sossegos de consciência,
Sem invasões descabidas;
A visão seja maior,
Sem crianças no abandono,
Haja paz no coração,
Reparador seja o sono.



Quando eles souberem
Paula Conz Fuchs da Silva - Americana-SP
[Projeto  Jovens Escritores nas Escolas de Americana]


Os meninos que brincam,
talvez não saibam, não,
que há meninos, na luta
por um pouco de pão.

Os meninos que estudam,
o fazem sem notar
que há meninos sonhando
com poder estudar.

Há meninos com tudo,
a viver muito bem,
que talvez não entendam
por que tantos não têm.

E há meninos vivendo,
os momentos de paz,
sem sequer perceberem,
do que a guerra é capaz.

Mas quando eles souberem,
tudo isso vai passar,
pois está nas crianças
o poder de mudar.


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