"Aqui se 'vive' e se 'respira' poesia... Faça parte deste espaço, siga-nos..."

"Aqui se 'vive' e se 'respira' poesia... Faça parte deste espaço, siga-nos..."

Visualizações...

free counters

Visitas...

sábado, 1 de fevereiro de 2014

Espaço Divulgação 23 - [ André Luís Soares... Jairo Cézar... Simone Pedersen... Ariadne Cavalcante... Luiz Paulo Semblantes... Nédia Sales... Sarah Selles... Denise Andressa Gonsalez Santos... Elciana Goedert... ]






Espaço Divulgação

[ ... A poesia em ação... ]
[ ... Aqui você é bem recebido[a]... ]





 







Os Invisíveis
André Luís Soares
Guarapari - ES


Famintos pelas ruas,
vestidos como molambos,
calçados com chão duro,
banhados na sujeira,
sob as luzes do entulho.
Tratados pior que bichos:
têm por teto, as estrelas,
por comida, só o lixo,
quando mortos, sem velório,
enquanto vivos, sem defesa.

São os filhos invisíveis,
desse matrimônio inglório
da maldade com a pobreza.











O Carpinteiro
Jairo Cézar
Sapé - PB


Vi tantos hinos
para embalar
Jesus menino,
Vi tantas bocas
para louvar
Jesus de louça,
Vi tantos braços
para erguer
Jesus de barro,
Vi tantas armas
para jurar
Jesus de praga.

Pobre Jesus, não queria nada disso.
Não queria ter manchado nossos pecados
com seu sangue sagrado.
Ele queria mesmo era ser carpinteiro,
talhar madeira o dia inteiro,
e à noite, quando o vinho desfaz segredos,
ouvir histórias de heróis e seus degredos.
E na manhã seguinte, beijar José, beijar Maria,
sem nada nas costas para lhe pesar o dia.
Jesus queria ser leve, carregar a cruz da vida,
por mais que esta pese.
Jesus queria ser carpinteiro,
beijar José, beijar Maria, beber vinho e ouvir histórias.
Não se enganem!
Jesus queria ser apenas carpinteiro
e, em paz, talhar madeira o dia inteiro.





 






Um para o outro
Simone Pedersen
Vinhedo - SP


Nos agredimos, brigamos.
Você fala, eu grito
você grita, eu xingo
você some, eu fico.
Você fica, eu viajo
Você abre a porta, eu saio
Eu saio, você bate a porta
Você volta, eu espero
Você espera, eu despedaço
Você não pede desculpas, eu perdoo,
Você perdoa, eu repito
Somos mar e areia
Quando onda eu o recebo
Você molha meus grãos
Alento meu, como o aguardo e amo cada momento de calmaria
logo você se recolhe
Eu areia da sua praia
viro deserto
Nas baixas marés
Deixo-me acariciar pela lua
que diz palavras bonitas
Eternamente juntos
Eternamente apartados
Nossa sina, diz a branca
Até que aprendam
Que foram feitos um para o outro.





 






Sou verso
Ariadne Cavalcante
Rio de Janeiro - RJ


Sou verso,
um versos de alguém
Tomado de amor.
Sou verso apenas,
Desobrigo-me de culpa,
Não sonhe comigo!
maldigo o que sinto,
Bendigo o que sou.

Sou verso, amigo.
E deitado em papel
À vontade estou,
Em letras gentis desenhado,
Num dado momento
sentido, lamentado,
Mas apenas sou verso de amor.

Sou verso e peço que olhe-me
Com seus olhos de engolir versos!
Pareço-lhe indecifrável?
Incompreensível?
Incompreendido?

Talvez por ser verso...

Complexo, mas pleno,
Envolvido em loucura,
Diverso que sou.
Assim, me estendo
em papel amarelado,
Já quase apagado,
Há tempo esquecido
Por quem me escreveu.

Mas quem lê não me esquece
E leva-me no peito, consigo gravado,
como fosse eu.





 






Luiz Paulo Semblantes
São Paulo - SP


Eu vou casar as cores
vou plantar flores
matarei solidão
pra ver amores.





 






Castelos frágeis
Nédia Sales
Conceição do Almeida - Bahia


De início, grãos,
montes de areia,
castelos...

Sonhos de areia
levados
pela leve brisa.

Brisa suave,
de grão em grão,
leva castelos.

Amores frágeis,
de brisa em brisa,
não existem mais...





 






Separados por uma vida
Sarah Selles
Paulínia - SP


Anos sem teu abraço
Noites sem teus beijos
Dias de espera
Angústia e perda
Separados na vida
Unidos na alma
Amor sem fim
Paixão sem limite
Sem pressa e sem dias
Num amor além da vida
Num amor além de mim.





 






Relação Íntima
[ Prosa ]
Denise Andressa Gonsalez Santos
São José do Rio Preto - SP


Aprendi a ter com a tristeza intimidade e, desde então, passamos a nos relacionar muito melhor. Ela não mais me toma de assalto, mas chega devagar e instala-se com discrição. Eu, por outro lado, suporto suas ocasionais visitas com dignidade e sem amargura. Quando torna-se inconveniente, ou tende a permanecer por tempo demais, peço para que parta, e ela vai, não sem antes lembrar-me de que inevitavelmente irá voltar. E volta, mas sempre sabendo que não deve, a mim, apegar-se.





 







Sinais
Elciana Goedert
Ivaiporã - PR


A pele entrega o que sinto
arrepiada, mas não de frio
Uma taça de vinho tinto
Uma postura de desafio

Olhar intenso, que inflama
Revela o desejo contido
O corpo inteiro reclama
Resistir já não faz sentido

Torno-me então sua refém
Entre seus lábios cativa
Promessas de ir mais além
Depois de provar sua saliva.





 



Postagens populares