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sábado, 14 de abril de 2012

Espaço Homenagem Viva... [Geraldo Trombin...]


Homenagem Viva




Tempestade em "Automar"

Mergulhou em mar de mágoas.
Mareou.
Acabou não nadando.
Acabou em nada.



Reflexão

Olho no espelho
E não me vejo.
Estou sem reflexos.



Por um fio

Peguei o fio da meada
E com ele teci
O tecido do meu corpo.



Quadro-negro

De nada serve a experiência
Do giz e do apagador;
De nada adianta a sabedoria
Do mestre, do professor.

De nada vale o ditado,
O citado e recitado;
O caderno jamais aberto, escrito;
O livro sequer lido, folheado;
A lição de casa nunca feita.
Por que tanta desfeita?

O ato de ensinar
Confunde-se com o fato de amar.
Para que ao apaixonante ofício se entregar,
O valioso ensinamento oferecer,
Se não há conhecimento, reconhecimento,
Se ninguém mais quer saber?

A despeito,
O que falta mesmo nesse mundo
Vai muito além do diploma:
É diplomacia, é respeito.

Educação hoje em dia,
Infelizmente,
É malogro.
Decepção.
É um quadro-negro
Deprimente
Difícil de se apagar!

Quem discorda
Que levante a mão!



Desaguou

Decretada sua falência,
Extinguiu-se devagar a sua afluência,
Sem consciência, seguiu o Homem o curso natural da sua ganância.
Assumiu rios e mais rios de indiscriminada extravagância;
Gerou ao planeta inconsequentes vertentes de inconstância;
Usou e abusou do seu leito até a sua plena abstinência.
Que negligência!
O que aconteceu com o líquido vital na sua essência?
Ultimou! Pura falta de sapiência, providência.
De nada adianta pedir clemência.
Água: agora, só na reminiscência!



Per.Verso

Todo mundo tem seu aspecto avesso
tropeço
depresso

Todo mundo tem seu ponto denso
tenso
intenso
hipertenso

Todo mundo está propenso
A ser puro contrassenso

Ora inverso ou converso,
Ora imerso ou extroverso,
Todo mundo tem seu lado perverso.



Passa

Tudo nessa vida passa
Tão rápido como a hora.

Nada é feito de argamassa
Que demora a ir embora.






Geraldo Trombin
Sua atual produção literária

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